A estamparia digital pode ser considerada uma tecnologia revolucionária no campo do design de moda, uma vez que rompe com os três parâmetros principais da estamparia têxtil que foram vigentes até o início da década de 2000: a quebra do rapport é o primeiro deles, a inexistência de uma matriz de impressão é o segundo e, o terceiro, é uma nova relação com o uso da cor e, por extensão, do tipo de imagem resultante.
Para falar da revolução do uso da cor na estamparia digital, é necessário explicar, rapidamente, como a impressão digital funciona: assim como na impressora de papel doméstica, as máquinas de estampar tecidos digitais recebem a informação do desenho e das cores diretamente do computador e acionam os cabeçotes de impressão. Esses cabeçotes são alimentados por depósitos de cores primárias (não só o CMY, mas também outras que são adicionadas) que imprimem pequenos pontos de cor que, por sobreposição e proximidade, aplicam a cor desejada na área correta, dando a forma final do desenho.
As possibilidades cromáticas que esse processo proporciona são incríveis e, a seguir, elencadas:
Do ponto de vista da produção, não é mais necessário preparar tintas (corantes ou pigmentos) de diferentes cores para então estampar os tecidos. Uma vez que a cor é formada durante o processo de impressão, as cores primárias utilizadas para a formação da cor são combinadas em diferentes proporções, podendo produzir qualquer cor.
Se nos processos analógicos, também por uma questão de produção, era comum limitar o número de cores em uma estampa – 6, 8 ou 12 na maioria das vezes -, na estamparia digital a quantidade de cores é ilimitada, tanto em número de matizes quanto de tonalidades.
Um outro ponto importante no uso da cor na estamparia digital, é que quando se deseja explorar as escalas tonais, as possibilidades se ampliaram ao nível fotográfico. Na estamparia analógica as tonalidades eram obtidas por reticulação ou pela preparação de tonalidades diferentes e, neste caso, limitadas ao número de cores limite de uma máquina ou estampa.
A estamparia digital também tem grande vantagem sobre a estamparia analógica quando o assunto é a cor, porque a criação de variantes não implica na necessidade de preparar mais cores. Por isso, podemos ampliar o número de cores nas quais um tecido é vendido sem que isso altere o preço significativamente.
Ainda falando da organização da produção, a estamparia digital também permite fazer testes cromáticos de modo bem mais barato, eficiente e veloz. Uma vez que isso depende unicamente da alteração da cor no desenho, pode-se produzir muitas bandeiras simultaneamente, permitindo que a etapa de acerto de cor seja otimizada.
Como se pode observar, são inúmeras as vantagens trazidas para a estamparia a partir da tecnologia digital de impressão. No que tange aos resultados estéticos, ou seja, a ampliação das possibilidades de impressão, em grande parte se devem ao controle absoluto da cor durante o processo de estamparia. Por essa razão, a criação de estampas digitais e a exploração do potencial dessa tecnologia depende do conhecimento e do controle da cor durante o processo de desenho e de estampagem.
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