Como a linguagem tropical invadiu roupas e acessórios.
Não é incomum que coleções de moda de marcas brasileiras, pelo menos durante o verão, sejam influenciadas por um espírito de brasilidade. Esse espírito tropical acaba definindo as cores, as formas, os materiais e, principalmente a narrativa dessas marcas, ou seja, a sua comunicação presente principalmente em seus materiais de divulgação. A brasilidade assumiria dois lados: o primeiro, material, onde palhas, folhagens, artesanatos e estampados coloridos, surgem como essenciais aos produtos; o segundo, humano, restrito a belas mulheres - que representariam a brasileira "original" em sua essência - sempre ousadas e provocantes em biquinis e roupas decotadas. Esses dois componentes acabaram se tornando sinônimos de moda brasileira.
O que pouca gente sabe, é que por trás desse imaginário de alegria e disponibilidade, existe uma construção cultural moldada a partir dos anos 1950. Tudo começou com um italiano, Pietro Maria Bardi, que era o diretor do MASP, que inventou esse conceito em um desfile de moda brasileira inspirando-se no artesanato brasileiro. Depois, as indústrias têxteis gostaram dessa ideia e a promoveram em suas publicidades, até que isso se tornou cada vez mais comum e midiatizado a partir dos anos 1970. Enfim, nada é por acaso.
Mas o que importa, afinal, é que a tropicalidade acabou se tornando uma linguagem reconhecida que cada vez é mais ampliada e, a cada verão, se repete. Atualmente, muita coisa cabe dentro do tropical e dentro da brasilidade (apesar de não ter origem no Brasil), razão pela qual a palavra brasilidade está cada vez mais na moda.
Se você quiser saber mais sobre esse imaginário tropical, assista nossa aula exclusiva sobre o assunto no nosso canal do youtube. Nela tratamos do surgimento do imaginário tropical e também sobre sua propagação.
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