Mary Quant é uma designer de moda inglesa conhecida mundialmente por ter inventado a minissaia. No meio da década de 1960, envolvida com a cultura jovem que vibrava na Carnaby Street, em Londres, ela percebeu que as meninas não queriam mais vestir-se como suas mães. Inovou numa peça clássica, subindo a barra um palmo acima do joelho. Foi um escândalo e chegou a ser proibida em alguns países.
A exibição do V&A em homenagem a Mary Quant parte desse fato, embora essa não seja a única razão para adorar a designer. Ela contribuiu para o estabelecimento de um padrão de cultura de moda muito bem contado na exibição: a passagem de uma moda lenta e tradicional em uma moda rápida e cheia de inovações que, quem quiser saber mais, pode ler o conteúdo publicado na Plataforma.
A narrativa construída, assim, parte do adeus às debutantes, ou seja, as meninas não queriam mais os vestidos de lacinho. O confronto dos vestidos comportados com a minissaia de Quant, dá o tom do que se vê a seguir na exibição. Aos poucos, entendemos as características formais das roupas que ela criou e poderemos identificar que grande parte disso nós conhecemos, pois está na famosa modinha.
Nas vitrines do V&A, entendemos o perfil da criação de Quant. Vestidos e conjuntos de Jersey de malha costurados à moda da alfaiataria – com golas, pespontos, debruns etc., e com uma linguagem esportiva, como faixas e listras com alto contraste tonal. Também tem destaque a presença das referências da roupa masculina britânica, como coletes, abotoamentos frontais, gravatas, estilo de camisaria, que Mary Quant incorpora ao vestuário feminino. Assim, unindo esses elementos a corpos esguios e com poucas curvas – quase adolescentes -, Mary Quant define o visual andrógino que marcou a década de 1960. Um outro destaque é o uso do material plastificado e colorido, em consonância com aquela que foi a era da estética espacial.
Parte importante da exibição é dedicada à ampliação da atuação de Mary Quant, no desenvolvimento de produtos diversificados como lingeries e calçados e, também, do desdobramento de suas criações e evoluções. Nesse ponto, tem grande importância a logotipia, usada nos produtos, embalagens, etiquetas etc., para identificar Mary Quant.
Não sendo uma exibição Blockbuster – aquelas que os ingressos se esgotam no primeiro dia -, sentimos que há uma excelente representação e contextualização da década na narrativa. Como todas as exibições do V&A, existe um cuidado especial em cada um dos itens, de maneira que a história é contada de forma bem completa.
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