Ainda que falemos muito sobre as famosas propostas para a moda brasileira entre os anos 1950 e 1960, foi na década de 1980 que nosso sistema moda, como dizem os italianos, se estabeleceu. A moda passou a fazer parte dos interesses gerais da sociedade, o que se manifestou de diferentes maneiras: tornou-se assunto de revistas generalistas e houve também o crescimento do mercado editorial de moda; o campo se profissionalizou e especializou; houve o surgimento de inúmeras pequenas marcas brasileiras que buscavam criar uma moda comercial e contemporânea antenada com as tendências mundiais; o mercado publicitário olhou para a moda e, finalmente, a moda "se popularizou" pois, um maior número de pessoas passou a consumir a moda e todos os seus subprodutos.
Para fazer a engrenagem girar, a década de 1980 foi também o momento de levar a moda a sério. Por um lado, vimos que feiras, associações, eventos sobre moda se tornaram regulares e sérios. Por outro, abriu-se um mercado educacional, especificamente o de ensino superior de moda. A carreira foi alçada a um novo patamar, buscando legitimação social.
Não podemos esquecer, também, que foi na década de 1980 que o Brasil viveu seu processo de redemocratização e, com ele, um espaço de liberdade expressiva foi criado, além de uma maior conexão com o mundo exterior. Isso nos colocou, em muitos momentos em patamar de igualdade com nações mais tradicionais na moda e abriu uma série de perspectivas para o setor. Uma parte foi somente um sonho, mas, em outros aspectos fomos além.
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