Este é o terceiro post da série estudar moda na Europa. Siga a gente por mais dois dias, lendo os posts anteriores também. Insights sobre o que você deve considerar, antes de vir.
Uma vez que você decidiu que virá para a Europa e tem em mente a sua abordagem preferida ou mais adequada, é hora de planejar qual é o tipo de curso mais adequado ou possível. Existem alguns fatores a considerar antes desse momento e, então, deve se fazer quatro perguntas iniciais:
Se você escolheu França ou Itália como destino, deve escolher um curso em inglês ou você domina o idioma?
Você já tem uma formação em moda prévia (técnico ou graduação) ou essa será a oportunidade de mudar de área ou começar uma nova carreira?
Você está em qual fase da sua vida estudo-trabalho: iniciante, estabelecida ou já é senior?
Quanto tempo e dinheiro você tem disponível para investir nessa formação? Os objetivos dessa formação estão alinhados com essa disponibilidade? Esta pergunta é a mais difícil, pois o que você deve saber é se o tempo e o dinheiro que você possui poderão ser suficientes para obter aquilo que você tem como objetivo.
Vamos então por partes.
A questão do idioma
A não ser que seu destino seja a Inglaterra, tenha em mente que o inglês será a segunda língua da maioria das pessoas que estarão com você e, também, dos professores. Assim, esse inglês não costuma ser muito complexo, as pessoas tendem a usar uma linguagem mais simples e mais fácil de entender. Um nível B2 de inglês deve deixar você bem confortável no contexto das escolas e da vida básica.
Por outro lado, se você escolheu cursos nos idiomas nativos da instituição e de seus professores, entenda que um nível bom do idioma será importante. As pessoas que dominam o idioma tendem a se agrupar e, realmente, o relacionamento fica mais difícil se você não domina a língua. Por essa razão, é super comum nas instituições que têm grupos internacionais, que estudantes que compartilham o mesmo idioma se juntem. É natural e esperado.
Seu background
Se você não tem nenhuma formação em moda, procure sempre um curso introdutório ou básico. Imagine a situação de chegar em um outro país, uma outra língua e um assunto que você desconhece totalmente. A possibilidade de aproveitar de verdade, é bem menor. Aceite suas condições e, se for o caso, antes de escolher um curso de você gostaria - por exemplo, modelagem de vestidos de noiva em Paris -, dedique-se a aprender modelagem. Se você chegar lá sem saber nada, vai ser bem complicado acompanhar e isso é frustrante. Não importa a sua idade ou seu objetivo: se você é iniciante no assunto, comece do início.
Por outro lado, se você já conhece muitas coisas, tem uma experiência profissional ou formação sólidas, procure aprender algo que você não aprenderia jamais no Brasil. Frequentar cursos genéricos não é uma escolha inteligente, uma vez que, provavelmente, eles poderiam ser oferecidos na sua cidade também. Procure assuntos de especialidade do país, da instituição ou de um professor especificamente, tornando sua especialização muito destacada perante seus colegas de estudos e trabalho no Brasil. Imagine, por exemplo, fazer um curso de alfaiataria na Itália.
Etapa profissional
Quanto mais à frente estiver a sua posição profissional ou de estudos, menos tempo a perder você tem. Foque no objetivo e na qualidade se você já for um profissional senior, e se dê o direito de fazer cursos introdutórios se você ainda estiver estudando ou nos seus anos iniciais de carreira.
Esquecer a ideia de que você precisa "aprender" algo para aplicar esse conhecimento num emprego no Brasil, é a melhor atitude que você pode ter se ainda está começando. Entenda que o processo de aprendizagem é panorâmico (conhecer um pouco de tudo), depois experimental (experimentar coisas novas) e, por fim, dedicado (selecionar só aquilo que interessa e que faz você melhor naquilo que você já sabe que quer). Mas se você já é mais sênior, muito foco na qualidade, respeitabilidade, networking, faixa etária dos outros estudantes etc. Prefira cursos para locais, em períodos que não são de férias, a cursos para estrangeiros.
Tempo é dinheiro
Quanto mais tempo você ficar fora, mais dinheiro vai gastar, sem dúvida. Em compensação, principalmente na hospedagem, você poderá ter preços por diária melhores para períodos mais longos, de 1 a 3 meses. Mas isso não quer dizer que cursos longos são melhores, pois às vezes, cursos de 3 meses têm aulas três manhãs.... então pode ser compensador fazer cursos curtos mas em sequência.
Uma atitude bem inteligente é fazer cursos temáticos, associados a eventos específicos. Então, por exemplo, durante uma Fashion Week você pode encontrar um curso de imagem que queria e que juntará profissionais que já viajam para o evento. Diferentemente dos cursos oferecidos nas férias, que são mais genéricos, cursos focados podem ser preparados por profissionais em parcerias com instituições locais e, realmente, podem oferecer uma experiência única.
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